sábado, 2 de junho de 2012

A auto suficiência do homem exclui Deus na história

                            A inteligência do homem é um dom concedido por Deus                          
                      O homem se afasta de Deus...e experimenta o vazio da alma
  
 "O racionalismo iluminista colocou entre parênteses o Deus verdadeiro e, de modo particular, o Deus Redentor, onde o homem deveria viver, deixando-se guiar pela própria razão, com se Deus não existisse; podia aceitar um Deus que fosse deixado fora do mundo, pois a existência do Criador ou da Providência de nada servia à ciência, agindo como se Deus não existisse ou seja como se Deus não se interessasse pelo mundo".
     "O racionalismo moderno foi o responsável pelo afastamento gradual do Cristianismo. Cerca de 50 anos após Descartes, tudo aquilo que era cristão na tradição do pensamento europeu já tinha sido colocado entre parênteses.  A Revolução Francesa, durante o Terror, derrubou os altares consagrados a Cristo, lançou os crucifixos pelas ruas e introduziu o culto da deusa Razão e com base nessa deusa se proclamou a liberdade, igualdade, a fraternidade. Desse modo, o patrimônio do Cristianismo se viu arrancado do seu fundamento evangélico, embora Cristo permanecesse vivo desde o início no centro da Igreja.
   "Segundo a mentalidade iluminista, o mundo não precisa do amor de Deus: ninguém precisa  da Sua intervenção no mundo que existe, o mundo auto-suficiente transparente ao conhecimento humano, com pesquisas científicas, sempre mais livre dos mistérios, sempre mais submetido a inesgotável mina de matérias-primas e às técnicas modernas. É justamente este mundo que deve fazer capaz de fazer o homem feliz. 
     Cristo diz a Nicodemos que "Deus amou tanto o mundo" que entregou seu Filho Unigênito para que o homem não pereça. Jesus dá a entender que o mundo não é fonte definitiva de felicidade do homem. Ao contrário pode vir a ser fonte de sua perdição. Este mundo que surge como uma grande construção do conhecimentos elaborados pelo homem, como o progresso e a civilização, como o moderno sistema de meios de comunicação, como um regime de liberdades democráticas sem limite algum, mas este mundo não tem condições de fazer o homem feliz. O mundo inteiro se acha subordinado à "precariedade",como diz São Paulo na Carta aos Romanos, acha-se submetido à corrupção e à mortalidade. A imortalidade não pertence a este mundo."( de João Paulo II)
    Os valores, antes e depois da guerra modificaram a sociedade - surgiu o homem niilista, aquele que vendo o sofrimento deixou de acreditar em Deus. Ocorreu então, o período da dessacralização ou seja, perdeu-se o sentido de Deus nas pessoas, nas coisas, no sacrário. Aconteceu tanto na igreja como fora dela, surgindo então, o homem prático, o técnico que só acredita na ciência.
    Um segundo homem surge, o socialista, aquele que sai do tempo de guerra e vê que o sofrimento humano depende das estruturas e por isso luta para mudar essas estruturas. Ele reduz a humanidade a um robô e trata o homem como uma peça de engrenagem. Acha e professa que mudando as estruturas, ele será feliz. É justamente este mundo que devia fazer o homem feliz, mas ele não tem condições de fazê-lo feliz. Esse mundo com suas riquezas e carências, tem necessidade de ser levado à salvação, de ser redimido.
    O homem niilista e o socialista também aparecem dentro da Igreja. Nesse tempo, a estrutura encobria o Cristo ressuscitado; os padres niilistas passam a fazer psicanálise ao invés de mostrar a misericórdia de Deus, enquanto que o homem socialista queria apenas mudar as estruturas. Entretanto, o que mata o homem não vem de fora, mas o que vem de dentro dele: se o coração do homem continua egoísta, perverso, as estruturas nada resolvem. Ex.: O moço e sua herança: o seu irmão toma e outro diz:- Senhor, meu irmão tomou toda a minha herança e Jesus responde: "minha justiça não é dessa terra". O homem deixa o pecado se instalar em si e vê a carne tornar seu próprio entendimento, endurece seu coração e produz obras más. Mas, um ato de fé pode arrancar o pecador da dominação da carne.
     "Com a descristianização ocorre o divórcio entre o dia das pessoas e a vidas delas ou seja, a ausência de Deus na vida das pessoas. Há pessoas que vão à Igreja, que assistem à missa, comungam, mas não se vê nelas nenhum sinal de fé; não deixam ser transformadas pela Palavra de Deus. Elas se refletem concretamente em muitas situações da vida de cada um de nós. Elas cumprem o ritual para desencargo de consciência; estas pessoas têm fé de 1ª.  Eucaristia, não cresceram na fé. Elas dizem: eu cumpro os dez mandamentos, os dogmas e procuram ser honestas. O Cristianismo, é para elas um desencargo de consciência. Mas estas pessoas não têm nada de cristão se não deixam seu coração ser transformado pela Palavra de Deus, pela ação do Espírito Santo, o amor de Jesus. Os pagãos também fazem o bem, e o fazem muito bem. A maioria das pessoas têm religiosidade natural - têm o temor, medo de Deus. O homem profano vive fora de Deus; só procura Deus quando há alguma necessidade, quando fica doente ou perde o emprego, então faz comércio com Deus. E o verdadeiro cristão é  aquele que ouvindo a Palavra de Deus se abre à conversão, experimenta a gratuidade do amor e do perdão de Deus e tem sua vida cotidiana transformada pelo amor de Deus. A conversão é uma graça de Deus; é necessário abrir o coração, para que se receba a Graça do Perdão". 
 "O Cristianismo sempre esteve aberto ao mundo- às interrogações, às suas inquietudes, às sua expectativas. A Igreja é o corpo de Cristo: corpo vivo e que dá vida a todas as coisas. Nele, temos a gratuidade, a generosidade. A fé é Jesus ressuscitado no seu dia a dia; é aquilo que esperamos, e o que esperamos é a vida eterna. Nossa alma tem sede de Deus e, a fé é uma caminhada para Deus.A Igreja nos convida a sentir o Cristo, aquele que venceu a morte no irmão, no seu sofrimento". ( João Paulo II)

Reflexão : "Esse mundo com suas riquezas e carências, tem necessidade de ser levado à salvação, de ser redimidoJesus é o Senhor! Somente nele há salvação: hoje, como ontem e sempre. (João Paulo II)

   Fonte :- As Escrituras Sagradas, a Bíblia
              -Cruzando o Limiar da Esperança por Sua santidade o Papa de Vittorio Messori - ed.  Francisco Alves, 1994 - 1a. edição.
              -VTB - Vocabulário de Teologia Bíblica, ed. Vozes.
              -Imagem: "Jesus chorando" 1.jpg - de alcir blogspot.com

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