domingo, 19 de maio de 2013

Pentecostes, festa do dom do Espírito Santo

                         É a  efusão do Espírito, a coroação da Páscoa de Cristo

Pentecostes - Dia de alegria e ação de graça. É a manifestação pública da Igreja chamada a anunciar a Boa Nova de Cristo, com a força do Espírito a todos os povos da terra. Ninguém pode dizer que Jesus é o Senhor, a não ser no Espírito Santo, ( 1Cor 12,3).

Pedro mostra que Pentecostes cumpriu as promessas de Deus: nos últimos tempos o Espírito seria dado a todos (cf. Ez  36,27). João Batista anunciara já ter chegado aquele que deveria batizar no Espírito Santo (Mc 1,8). E Jesus, após a ressurreição tinha confirmado essa promessa: "Em poucos dias, sereis batizados com o Espírito Santo" (At 1,5).

 Pentecostes realiza em Jerusalém a unidade espiritual dos judeus e dos prosélitos de todas as nações, dóceis aos ensinamentos dos Apóstolos, eles comungam no amor fraterno à mesa da eucaristia (At 2,1-11). 
O Espírito Santo é dado visando um testemunho a ser levado até as extremidades da terra (At 1,8). Há diversidade de dons, de ministérios, de atividades, mas um mesmo é o Espírito, um mesmo Deus que realiza todas as coisas em todos ( 1Cor 12).  O Espírito Santo guia a Igreja, nos fortalece com seus dons e nos impulsiona à missão de discípulos de Jesus Cristo. 
                                                  
No dia de Pentecostes, o Espírito Santo desceu sobre os Apóstolos reunidos no cenáculo com Maria, a Mãe de Deus. Jesus disse: "A paz esteja convosco. Como o Pai me enviou eu também vos envio". E soprou sobre eles e disse: "Recebei o Espírito Santo. A quem perdoardes os pecados, eles lhes serão perdoados; a quem não perdoardes, eles lhes serão retidos" (Jo, 19-20). 

Reflexão: Nós, os cristãos somos o corpo de Cristo e a cada um, nos foi dado um dom, um talento. Em um só Espírito fomos batizados todos nós, para formar um só corpo, judeus ou gregos, escravos ou livres, para formarmos um único corpo, todos fomos impregnados do mesmo Espírito. Não podemos mais viver na ignorância, deixando nos levar pelas tendências pagãs, paixões e idolatrias. Viver no mundo, sem pertencer ao mundo, preservando de todo mal e santificando-nos pela verdade. "A palavra de Deus é a verdade. E a vida eterna consiste em que conheça o Pai, um só Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo que nos enviaste" (Jo 17,3). Irmãos, ninguém pode dizer: Jesus é o Senhor, a não ser no Espírito Santo (1Cor12,3).

Fonte:- As Escrituras Sagradas, a Bíblia
          - imagens bíblicas.wordpress.com

terça-feira, 14 de maio de 2013

"Calar e não julgar..."

                         "Se queres encontrar a serenidade onde quer que estejas...
 
...então, em tudo tudo que fizeres, deves dizer: Quem sou eu? E não julgues a ninguém!" Apot 385 
              
    "Calar é o caminho para encontrar-se consigo mesmo,  o caminho para descobrir a verdade do coração. Todavia, calar é também o caminho para libertar-se do perigo de constantemente criticar e julgar o outro,  de nos desprendermos de nossos pensamentos e desejos, em fim, de tudo aquilo que constantemente nos ocupa. O saber largar é o caminho que permite entrar em contato com minha fonte interior, o caminho que permite descobrir a riqueza verdadeira de minha alma em Deus e, percebo que é ele que me dá tudo o que necessito para viver.

    Corremos sempre o perigo de avaliar, apreciar e criticar a todo ser humano que encontramos. Aquele que conhece a si mesmo, não julga. Pois, quem se conhece a si mesmo, não vê as falhas dos irmãos"( Apot 1011). Os patriarcas e monges exortam a permanecer em si mesmo, a confrontar-se com a própria verdade e a não julgar os outros.

     Por mais que uma pessoa jejue e trabalhe muito, de nada adianta, se fica a julgar os outros. Apenas o leva a vangloriar-se perante os outros, a satisfazer sua soberba e sua auto estima. Para aquele que, na reflexão interior encontrou a si mesmo, confrontou-se com sua própria verdade e se empenhou para não julgar o outro, para este, é sinal de crescimento espiritual que conduz a Deus, o não julgar.

    O julgamento dos outros é sempre um sinal de que a pessoa ainda não se encontrou consigo mesma. Por essa razão pessoas piedosas se irritam com os outros. Sua piedade ainda não fez com que se confrontassem consigo mesmas e com seus próprios pecados. "Se alguém carrega seus próprios pecados, não fica reparando os pecados dos outros"(Apot 510). O julgamento dos outros nos torna cegos para as nossas próprias falhas. Calar em relação aos outros nos proporciona um auto conhecimento mais lúcido e faz com que paremos de projetar as nossa falhas sobre  eles.

    Se nos observarmos, podemos ver muitas vezes, que estamos prontos a julgar os outros. Não faz sentido algum, exaltarmos diante dos pecados do outro. E vez disso, melhor seria rezar por ele e experimentar através da oração que todos somos tentados e que ninguém de nós pode garantir que poderá livrar-se dos seus defeitos. Em vez de julgar o outro deveríamos, por meio da caridade, buscar conquistá-lo para Deus.

   O verdadeiro caminho da salvação é: 'colocar minhas próprias falhas à minha frente, e, meditando, sobre elas, pedir a Deus para me perdoar'. Quem conhece a si mesmo com sinceridade, torna-se misericordioso. E sabe no fundo de seu coração, que todos necessitamos de misericórdia de Deus. E quando Deus permite que o bem triunfe em nós, isso será sempre um prestígio de sua graça".

Reflexão: O calar é pois, segundo os monges, um auxílio para deixar de lado a projeção e, em vez disso, encarar o comportamento dos outros como um espelho para nós mesmos. "Ao xingarmos os outros revelamos aquilo que está em nós mesmos. Nós projetamos nossos próprios lados sombrios, nossos desejos e necessidades recalcadas sobre os outros. O calar é a renuncia a todo tipo de projeção. Muitas vezes, faz-se necessário o exercício consciente de calar a fim de que também o coração possa calar. Muitas vezes precisamos proibir-nos expressamente de falar sobre o outro a fim de podermos vê-lo sem preconceitos".

Fonte: Do livro: 'O Céu Começa Em Você' - A sabedoria dos padres do deserto para hoje
            autor: Anselmo Grün - Editora Vozes - 13a. ed. - 2005.
            Imagem:-  imagem silêncio-cit...jpg ( para representar 'Calar e não julgar'