quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

O poder de Deus na fraqueza...

                              Do que é morte em nós, Deus quer tirar a vida.
       "O princípio de tudo é viver a verdade  sobre nós mesmos, e a verdade nos libertará".

Fraqueza - "é qualquer limitação que se tenha herdado ou não tem meios de alterar. Todo mundo tem suas fraquezas, muitos defeitos e imperfeições:  físicas, emocionais, intelectuais e espirituais. Normalmente negamos nossas fraquezas, as defendemos, damos desculpas, escondemos, mas tornamos a senti-las.  Essa atitude de negação impede que Deus as utilize a nosso favor".

       "Deus escolhe pessoas comuns e imperfeitas, fracas, a fim de demonstrar o seu poder, realizando coisas extraordinárias, apesar de nossas fraquezas. Sua glória não poderia brilhar doutro modo. Quando o homem já não pode mais nada, Deus intervém (Is 41,12s), de tal maneira que fique bem claro que só Ele agiu. É Deus que que nos engaja em seu serviço; se ele fortalece o homem, é para que ele cumpra a sua vontade e realize o seu desígnio (Sl 41,10;  2Co 13,8). Paulo caracteriza o método divino: "O que há de fraco no mundo, foi isso que Deus escolheu para confundir os fortes" (1Co 1,27). "Tudo posso naquele que me fortalece", exclama Paulo" (Fp 4,13).

    "Na verdade, temos nos fixado muito mais nos nossos defeitos, nas nossas falhas, fraquezas, pecados e infidelidades, do que no amor de Deus. Cada um de nós tem carregado um fardo pesado no meio dos outros, em relação às imperfeições e fraquezas, como fôssemos envolvidos por uma sombra ou por uma cortina. Nós bem no fundo, acreditamos no amor de Deus, mas é aquele amor genérico. Quando se trata de acreditar naquele amor por mim, há uma nuvem que atrapalha e que me impede. O Senhor nos ama, ele é bom, concede graças; ele deseja rasgar as cortinas que nos impedem de receber o seu amor e nele acreditar".

  "Deus é cheio de bondade para conosco e quer fazer um verdadeiro trabalho de libertação em nós. E sabe por quê? Porque em primeiro lugar, aquilo que o inimigo deseja é  fazer-no desacreditar do amor de Deus. O inimigo vai pondo diante de nossos olhos e em nossas mentes e, em especial em nossos sentimentos, um peso naquilo que para nós é negativo. Assim o inimigo vai criando em nos um complexo de infidelidade e de incapacidade no que acabamos por acreditar. Nosso ser sofre por não conseguir ser aquilo que Deus nos criou".

 "Deus não ignora que existe desordem dentro de nós,  há coisas que não entendemos, não somos como gostaríamos de ser; trazemos feridas, mágoas, marcas e revoltas, temos pecados e muitas coisas mais; e sobre esse caos, repousa o Espírito Santo. O princípio de tudo é viver a verdade, quando conhecermos a verdade sobre nós mesmos, seremos libertados pela verdade. Temos que ser sinceros do caos que somos. Não precisamos tapar o sol com a peneira, porque sabemos que sobre esta realidade triste do pecado e de suas consequências que somos nós, repousa o Espírito de Deus. Como no começo da criação, ele quer por ordem no caos".

 "Da escuridão ele quer tirar luz, do que é morte em nós, ele quer tirar vida. Deus quer nos convencer disso e podemos canalizar toda nossa vida de forma torná-la um dom, ou um presente do Espírito Santo e, seu grande carisma é tirar do caos toda beleza, porque ele é o transformador e o demonstrou de forma concreta a começar pela Criação: ..."A terra estava informe e vazia, as trevas cobriam o abismo e o Espírito  de Deus pairava sobre as águas"(Gn 1,2). Ele trouxe luz às trevas e vida sobre a terra. Essa é a obra que o Espírito Santo quer fazer em nós: tirar do nosso caos filhos e filhas de Deus à imagem semelhança do Pai".

Reflexão: "Temos de ser realistas, ver nossa realidade como ela é, ter paciência com nós mesmos, mas ao mesmo tempo, querer verdadeiramente a nossa transformação. Esta é a razão de ser de nossa vida nesse tempo de transformação, no tempo que dispomos para sair do homem velho, para o homem novo, para que o Espírito Santo repousando sobre nós, possa tirar desse caos o homem novo, a mulher nova, feitos à imagem semelhança de Deus". 
     "Só podemos viver essa transformação pelo poder do Espírito Santo. "Sem mim nada podeis fazer",disse Cristo (Jo 15,5). Viver o Evangelho, é vida vivida em novo estilo e que brota em nós com satisfações e gostos novos. Quando passamos pela experiência da efusão do Espírito Santo, começamos sentir em nós gosto por coisas que antes não gostávamos, passamos a ter prazer em coisas novas. O Senhor quer fazer que todas essas coisas novas cresçam em nosso interior provocando uma verdadeira conversão a um estilo novo de vida. O Pai não esquece de nós. Nunca. "Ele é rico em misericórdia"(Ef 2,4). Penetra fundo nos acontecimentos e deles tira um benefício para nós. Deus sempre salva os que nele esperam".

Fonte: - As Escrituras, A Bíblia
           -Vocabulário de Teologia  Bíblica. Editora Vozes
           - Livro: -Curados para amar de Pe. Jonas Abib - Ed. Loyola . Editora. Canção Nova                                      
                     - Uma Vida Com Propósitos, Rick Warren - Ed. Vida - 2003.
                     - imagem: fraqueza - J.C. Barreau - Arquivo jpg

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

A tentação começa na mente,

um desejo dentro de nós
Entra em jogo nossa liberdade no tempo, diante de Deus e Satanás

Tentação -"é o ato de sedução de Satanás; leva o homem ao pecado (Rm 7, 9ss). A tentação vem do Tentador (At 5,3 ; ICor 7,5) através do mundo e sobretudo do dinheiro (1Tm 6,9). O homem tenta tornar-se "como Deus", uma tentativa provocada por uma sedução que culmina na morte, a morte do ser. (Gn 3 ; Rm 7,11). Satanás é percebido como o autor pessoal da tentação primeira".
    "Israel conhece a tentação da incredulidade, após saída do Egito. Ele contesta a presença do Deus salvador em meio a prova do deserto (Ex 17,7); quer sair da prova intimando Deus a terminá-la (Ex 15,21) obstina-se apesar dos sinais evidentes, em pedir "provas" do poder divino (Mc 8,11ss). 
    Além da tentação de querer ser como Deus, da tentação da incredulidade, de duvidar do poder de Deus,  de lhe de ser infiel, ou de lhe preferir o mundo, há ainda a do insulto, a da blasfêmia contra Deus.

  "A experiência da prova-tentação não é simplesmente de ordem moral; insere-se num drama religioso e histórico; faz entrar em jogo nossa liberdade no tempo, diante de Deus e Satanás. Toda tentação é uma oportunidade para você fazer o bem. No caminho do amadurecimento espiritual, cada tentação se torna um degrau, em vez de pedra de tropeço, quando você tem o discernimento entre o certo e o errado e escolhe o certo. A tentação apenas apresenta uma escolha, embora ela seja a principal arma de Satanás para a destruição, enquanto que Deus quer utilizá-la para fortificar você, para formar seu caráter: a mansidão, domínio próprio, o amor, a verdade...

"Aprendemos a verdadeira paz quando optamos por confiar em Deus em situações nas quais somos tentados a ficar preocupados ou temerosos. Da mesma forma a paciência é cultivada em situações nas quais somos forçados a esperar, enfrentando a tentação  de nos revoltar por causa de nosso pavio curto". Deus utiliza a situação oposta de cada aspecto para nos permitir fazer uma escolha. Você não pode afirmar que é bom, se jamais foi tentado a ser mau. Não se pode dizer que é  fiel, se nunca teve a oportunidade de ser infiel. A integridade é construída ao se derrotar a tentação da desonestidade, a humildade cresce quando nos recusamos ser arrogantes e a resistência se desenvolve toda vez que resistimos à tentação de desistir. Cada vez que você derrota a tentação, torna-se semelhante a Jesus".

"A tentação segue os mesmos artifícios desde a Criação. Nas Escrituras, observa-se que a tentação segue um processo de 4 fases, que Satanás usou tanto em Adão e Eva quanto em Jesus.
      Na 1a. fase, Satanás identifica um desejo dentro de você. Pode ser um desejo pecaminoso, como um desejo de vingança ou de controlar os outros, pode ser um anseio normal e legítimo, como o desejo de ser amado, valorizado e de sentir prazer. A tentação começa quando Satanás sugere (com um pensamento) que você ceda a um desejo maléfico ou realize um desejo legítimo de forma errada ou na hora errada. Tome cuidado com os atalhos; frequentemente são tentações. Satanás sussurra: "Você merece isso! você deveria ter isso agora! Vai ser emocionante, confortante, vai fazer que você se sinta melhor"
   " Pensamos que a tentação está ao redor de nós, mas Deus diz que ela começa dentro de nós. Se você não tiver desejo interno, a tentação não tem como atraí-lo. A tentação sempre começa na sua mente, e não na circunstância onde ela ocorre. Jesus disse: Pois do interior do coração dos homens vêm os maus pensamentos, as imoralidades sexuais, os roubos, os homicídios, os adultérios, as cobiças, as maldades, o engano, a calúnia, a arrogância e a insensatez. Todos esses males vêm de dentro e tornam impuro o homem. (Mc 7,21-23). Donde vem as lutas e contendas entre vós? Não vem elas de vossas paixões? Deus resiste aos soberbos, mas dá sua graça aos humildes (Tg 4, 1- 6).
     A 2a. fase é a dúvida - Satanás tenta fazê-lo duvidar do que Deus disse sobre o pecado: "Será que é mesmo errado? Será que Deus realmente proibiu fazer isto? Não é possível que Deus tenha proibido isso para outro povo, em outra época? Deus não quer que eu seja feliz? A Palavra de Deus adverte: tomai precaução! Não deixem os maus pensamentos ou dúvidas levarem algum de vocês a se afastar do Deus vivo (Hb 3,12).
     A 3a. fase  é o engano - Satanás é incapaz de falar a verdade e é chamado pai da mentira. (Jo 8,44) tudo que ele disser será falso ou nada além de meia verdade. Satanás oferece a mentira para substituir o que Deus já disse em sua Palavra. Satanás diz: "você não vai morrer.Você será mais esperto que Deus. Você pode se dar bem com isso. Ninguém vai saber. É apenas um pecadinho". Mas um pecadinho é como uma gestação recente: acabará aparecendo.
   A 4a. fase é a desobediência - Você acaba agindo de acordo com a ideia que vinha alimentando em sua mente. O que começou com simples uma ideia, nasce como conduta. Você cede a qualquer coisa que chamar sua atenção e cai nas armadilhas do inimigo. Tiago alertouas pessoas tentadas quando são atraídas e enganadas pelos próprio maus desejos; esses desejos fazem com que o pecado nasça, e o pecado uma vez consumado gera a morte" (Tg 1, 14-16).

Reflexão: É importante lembrar que "sua forma de pensar determina sua forma de sentir, e o que você sente influencia sua forma de agir. Tenha cuidado com que você pensa, pois sua vida é dirigida pelos seus pensamentos. Deixem que Deus os transforme em nova pessoa, mudando a maneira de pensar. Nossos atos devem ser coerentes com nossa fé, respaldadas por uma atitude cristã".
  "Os que vivem segundo a carne gostam do que é carnal; os que vivem segundo o espírito apreciam as coisas que são do espírito. Ora, a aspiração da carne é a morte, enquanto a aspiração do espírito é vida e paz. Portanto, se viverdes segundo a carne, haveis de morrer; mas se pelo Espírito mortificardes as obras da carne, vivereis, pois todos os que são conduzidos pelo Espírito de Deus, são filhos de Deus e co-herdeiros de Cristo, com quanto soframos com ele, para que também com ele sejamos glorificados"(Rm 8,5-6; 13-16). Feliz o homem que não cede e não pratica o mal quando é tentado, porque depois receberá como recompensa a coroa da vida que Deus prometeu àqueles que o amam" (Tg 1,12).

Fonte: -As Escrituras, a Bíblia
             -Vocabulário de Teologia Bíblica -Ed. Vozes
             - Livro: Uma Vida com Propósitos de Rick Warren - Ed. Vida
             -imagem: tentação 1. jpg

sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

O mistério do sofrimento e

                                            o  escândalo da morte do justo
                  Jesus, o inocente, dilacerado pelo sofrimento, intercede ao Pai pelos pecadores

Sofrimento - é um mal indevido; ele é universal. A Bíblia leva a sério, não o minimiza, dele se compadece profundamente e vê nele um mal que não deveria ser. Há no universo potências malignas, hostis ao homem, as  da  maldições  de  Satanás. O pecado traz a desgraça ( Pr 18,8;  Is 3,11). No nascedouro  da infelicidade que pesa sobre o mundo tem que colocar-se o primeiro pecado (Gn 3,14-19). Os clamores do sofrimento: o luto, derrotas e calamidades,  a tirania dos que se sentem poderosos, os escravizados, os explorados... no mais das vezes, tais gritos se elavam a Deus.

O escândalo do sofrimento -"A morte atinge improvisadamente pessoas de condições mais diversas; é dolorosamente sentida. Pior ainda é o escândalo da morte do justo e da longevidade do ímpio (Ecs  7,15;  Jr 12,1s). Este mundo é um verdadeiro escalabro da justiça (Ha 1,2-4; Ml 2,17;  Sl 37; 73). Mas nenhum dos tais agentes naturais, nem a natureza, nem o acaso (Ex 21,13) nem a fatalidade da vida do homem, nem a fecundidade funesta do pecado, nem à maldição(Gn3,14;  2S 16,5), nem o próprio Satanás - escapa ao poder de Deus".

Mistério do sofrimento - "Dilacerados pelo sofrimento, mas movidos por sua fé, profetas e sábios entram progressivamente no "mistério" (Sl 73,17). Descobrem o valor purificador do sofrimento, semelhante ao do fogo que separa o metal das escórias (Jr 9,6;  Sl 65,10).  Seu valor educativo é semelhante a uma correção paterna (Dt 8,5;  Pv 3,11s;  2Cro 32,26), e acabam vendo na rapidez do castigo como que um efeito da benevolência divina. O sofrimento e a perseguição podem ser expiação do pecado (Is 40,2). Suscitado pela fé no plano de Deus, o sofrimento se torna uma provação muito elevada, que Deus reserva aos servos de que se orgulha: Abraão (Gn 22), Jó (11,1; 2,5), Tobias Tb 12,13) e Jeremias que passa da revolta a uma nova conversão (Jr 15,10-19). Enfim, o sofrimento tem valor de intercessão e de redenção".

Jesus é inocente,  conhece o sofrimento sob as formas mais temíveis e escandalosas que o desfigurou ao ponto de nem mesmo provocar compaixão e sim horror e o desprezo ( Is 52,14s) 53,3). Há culpa e de proporções inauditas, mas não nele: em nós, em todos nós. Ele é inocente, eis o cúmulo do escândalo. É aí que está o mistério, "o êxito do plano de Deus" (Is 53,10). Inocente, "ele intercede pelos pecadores" ( Is 53,12) oferecendo a Deus não só a súplica do coração, mas a sua própria vida em expiação (53,10),
deixando-se confundir entre os pecadores (53,12) para tomar sobre si as faltas dos mesmos. Todo o sofrimento e todo o pecado do mundo se concentra nele e, porque os suportou com obediência e amor, ele obtém para todos a paz e a cura (Is 53,5).  Os sofrimentos  do cristão são "os sofrimentos de Cristo (nele)" (2Cor 1,5). Se "somos com ele", é "para sermos glorificados com Ele" (Rm 8,17). Cristo se fez solidário com os que sofrem, ele deixa aos seus a mesma lei" ( 1Cor 12,26; Rm 12,15; 2Cor 1,7).

Os sofrimentos do Filho do Homem - "Ele sofre por causa da multidão "incrédula e pervertida"(Mt 17,17 como uma "raça de víboras" (Mt 12,24), sofre com a rejeição dos seus que "não o reconhecem"(Jo 1,11). Chora diante de Jerusalém (Lc 19,41; cf  Mt 23,27); a ideia de sua Paixão (Jo 12,7), seu sofrimento e torna uma aflição mortal, uma "agonia" um combate angustiado e atemorizado (Mc 14,33s; Lc 22,24). A Paixão concentra todo o sofrimento humano possível. Mas a Paixão redentora revela a glória de do Filho (Jo 17,1; 12,31s) ela reúne em torno dele, na "unidade, os filhos de Deus dispersos" (Jo 11,52). Aquele que nos dias de sua vida mortal pôde "vir em auxílio dos que são provados" (He 2,18) quererá no dia do juízo, quando voltar gloriosamente identificar-se com todos os sofredores da terra (Mt 25,35-40).

 Deus quer conceder a vida ao homem pecador: a doença, o sofrimento, revelam ao homem sua qualidade de pecador. Por outro caminho, Deus revela que entrega o pecador à solidão para também suscitar a conversão. Posto a margem da sociedade dos homens, o infeliz então se reconhece em estado de pecado e eles se tornam um apelo à conversão. O cristão vê o sofrimento através de Jesus Cristo, fixando os olhos no autor de nossa fé... que suportou uma cruz (He 12,1s). Cristo se fez solidário com os que sofrem, ele deixa aos seus a mesma lei ( 1Cor 12,26; Rm 12,15; 2Cor 1,7).  Deus não elimina o sofrimento do homem, consola-o (Mt 5,5); não elimina as lágrimas, só seca algumas delas ao passar (Lc 7,23; 8,52), em sinal da alegria que irá unir Deus e seus filhos no dia em que "ele enxugará toda lágrima de todos os rostos" (Is 25,8;  Ap 7,17; 21,4). O sofrimento pode ser uma bem-aventurança, porque prepara para aceitar o Reino, permite "revelar as obras de Deus" (Jo 9.3), "a glória de Deus" e a "do Filho de Deus".

Reflexão: No sofrimento, o homem vê sua pequenez, sua impotência diante da vida, sua condição de pecador, suas misérias espirituais, surgindo aí, a grande oportunidade de interiorização e conversão. Deus quer conceder a vida ao pecador, Ele quer a salvação do homem. "Não é o evitar o sofrimento, a fuga diante da dor, que cura o homem, mas a capacidade de aceitar a tribulação e nela amadurecer, de encontrar sentido através da união com Cristo, que sofreu com infinito amor" ( Papa Bento XVI ). "O sofrimento e apenas o sofrimento abre no homem a compreensão interior" ( Gandhi ).
 
Fonte:  -As Escrituras, A Bíblia
            -Vocabulário de Teologia Bíblica - Ed. Vozes
            -imagem: Paixão de Cristo, o sofrimento -  e  cristo_na_cruz
                           

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Deus prova o homem para conhecer seu coração,

                             a realidade profunda,  além das  aparências incertas...                             
                     A prova é um dom da graça, e a tentação um convite ao pecado .

Provação - lembra uma realidade voltada para a ação: um exame, um concurso; a outra ligada ao sofrimento: uma doença, um luto, um fracasso. De acordo com uma sabedoria já religiosa - o sofrimento é sentido como um teste revelador do homem.

O sentido ativo é primário na Bíblia,  "por à prova"-  significa procurar conhecer a realidade profunda, além das aparências incertas. Como uma liga, como um adolescente, deve o homem "provar o seu valor"; não havendo nisso nada de aflitivo.

Deus prova o homem para conhecer o fundo do seu coração, ( Dt 8,2) e para dar a vida (Tg 1,12). E o homem tenta também provar a si que é  "como Deus",  mas sua tentativa é por uma sedução e culmina na morte, (Gn 3; Rm 7,11). Aqui a prova se torna tentação, e um terceiro personagem intervém: o Tentador".

Assim, a "prova" está indicada para conceder a vida (Gn 2,17) ; Tg 1,1-12), enquanto que a tentação "gera a morte" (Gn 3 ; Tg 1,13s); a prova é um dom da graça, e a tentação um convite ao pecado. A humanidade está engajada numa prova que a transcende e que ela não vencerá senão pelo efeito duma graça (Gn 3,15) pela vinda da descendência que levará a prova a seu termo vitorioso. Cristo é a descendência segundo a promessa, o primogênito do povo novo. No deserto, Jesus vence o tentador em seu próprio terreno (Lc 4,1s ; 11,18s). Ele é ao mesmo tempo o homem que se alimenta da Palavra de  Deus e "Javé salvador" a quem seu povo continua a tentar (Mt 16,1 ; 19,3;  22,1)

Deus tem um propósito por trás de cada problema -  Ele usa  as circunstâncias para desenvolver nosso caráter, e para nos trazer para perto de si. "O Senhor está perto dos que tem o coração quebrantado e salva os de espírito abatido" (Sl 34,18). "Quando passais por diversas provações, sabeis que a prova da vossa fé produz a paciência. Mas é preciso que a paciência efetue a sua obra, a fim de serdes perfeitos e íntegros, sem fraqueza alguma. Se alguém necessita de sabedoria, peça a Deus - que a todos dá liberalmente, com simplicidade e sem recriminação - e ser-lhe-a dada. Mas peça com fé sem nenhuma vacilação" ( Tg 1,2-6).

 "É somente ao sofrer que conheceremos a Jesus. No sofrimento, aprendemos coisas a respeito de Deus que não podemos aprender de nenhuma outra forma.Os problemas nos forçam a olhar para Deus e a depender dele em vez de confiar em nós mesmos.  Suas mais íntimas e profundas experiências de adoração ocorrerão nos dias mais sombrios, quando seu coração estiver partido, você estiver abandonado, não tiver nenhuma opção, a dor for intensa -  você vai buscar somente a Deus. É durante períodos de sofrimento que podemos aprender a fazer nossas orações mais sinceras, autênticas e honestas para com Deus. Quando sentimos dor física ou emocional, não fazemos orações superficiais. Tudo concorre para o bem daqueles que amam a Deus. E por outro lado, todas as coisas contribuem para o mal daqueles que vivem em oposição a Deus, insistindo em seguir o próprio caminho".


Reflexão: Cada problema é uma oportunidade para edificação do caráter;  o domínio próprio, mansidão, produz paciência e prova a fé e a esperança. E "sabemos que Deus age em todas as coisas para o bem daqueles que amam e são chamados...". As Escrituras comparam as provações ao fogo que refina o metal, queimando as impurezas. Pedro nos diz: "Essas dificuldades vêm para provar que sua fé é pura. Essa pureza de fé vale mais que o ouro" (1P 1,7).Jesus nos disse que teríamos problemas no mundo.Coragem, eu venci o mundo" (Jo 16,33)  Ele estará conosco até o final dos séculos. Aquele que nos dias de sua vida mortal pôde "vir em auxílio dos que são provados" (He 2,18),quererá, no dia do juízo, quando voltar em glória, identificar-se com todos os sofredores da terra (Mt 25,35-40).

Fonte:- As Escrituras Sagradas, a Bíblia
           -Vocabulário de Teologia Bíblica - Ed. Vozes
           -Uma Vida com Propósitos - Rick Warren - Ed. Vida
           -imagem: 33 jpg - quando passamos por provações.

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Planejados para agradar a Deus

                               e  adorá-Lo em espírito e verdade
       "Tu criaste todas as coisas, e é para teu agrado que elas existem e foram criadas". (Ap 4.11)

 Planejados para agradar a Deus - Todos fomos planejados para agradar a Deus. "No momento que cada um nasceu Deus estava lá como testemunha invisível, sorrindo ao assistir o seu nascimento. Ele quis que cada um viesse ao mundo, e a chegada de cada um deu lhe enorme prazer. Deus não precisava nos criar, mas escolheu fazê-lo para satisfação dele", para participar da obra da Criação.
    Viver em seus caminhos, deve ser o primeiro propósito de nossa vida. "Se somos tão importantes para Deus, se ele nos considera valiosos o suficiente para nos manter consigo por toda a eternidade, que maior relevância nós poderíamos alcançar? As Escrituras nos dizem que Deus quis que nos tornássemos seus filhos, por meio de Jesus Cristo, pois esta é a sua vontade". E Jesus veio para nos ensinar tudo que seu Pai lhe deu a conhecer.

 "Adorarás o Senhor teu Deus, e só a ele prestará culto"(Mt 4,10). É nosso primeiro dever para com Deus, adorá-lo. É nosso dever e salvação darmos glória a Deus. O gesto clássico do "orante" na liturgia cristã - com os braços estendidos, as mãos exprimindo, conforme sua posição, a oferenda, a súplica ou a saudação,  inclui o seu sentido profundo.

 O Senhor se agrada somente daqueles que o adoram e confiam em seu amor( Sl  147,11).Quando adoramos, nosso objetivo é agradar a Deus e não a nós mesmos. Nossa motivação é glorificar e    agradar ao nosso Criador; uma necessidade intrínseca de nos ligarmos a Deus. Adorar é tão natural quanto comer e respirar. Quando não conseguimos adorar a Deus, sempre achamos um substituto, ainda que no fim seja nós mesmos. A razão pela qual Deus nos fez com esse desejo  é que ele anseia por adoradores! Jesus disse: "...os verdadeiros adoradores hão de adorar o Pai  em espírito e verdade, e são estes os adoradores que o Pai deseja" ( Jo  4.23).

Jesus Cristo é o Senhor - a adoração reservada ao Deus único é devida a Jesus crucificado, confessado como Senhor e Cristo (At 2,36). "Ao seu nome se dobra todo joelho no céu, na terra e nos infernos"(Fp 2,9ss ;  Ap 15,4). Adoração ao Messias, um Deus feito homem e salvador (Ap 13,4-5). A adoração não cessará nem de dia nem de noite (Ap 4,8) pela qual são rendidas honra e glória Àquele que vive pelos séculos. (Ap 4,10 ; 15,3s)

"Qualquer atitude que venha agradar a Deus é um ato de adoração. Adorar é um estilo de vida". Tudo o que fizerem,  façam de todo coração, como para o Senhor, e não para os homens.(Col 3,23  ) este é o segredo de um estilo de vida em adoração. Em Isaías,  cap. 29, Deus reclama  de uma adoração sem entusiasmo e hipócrita, louvores fingidos, palavras vazias. O senhor diz: "Esse povo se aproxima de mim com a boca e me honra com os lábios, mas seu coração está longe de mim. A adoração que me prestam é feita só de regras feitas pelo homem".( Is 29,13).

 Louvar deve ser a nossa primeira atividade - assim que abrirmos os olhos pela manhã, e nossa última atividade ao fechá-los à noite. A adoração, não é fazer parte de nossa vida, ela deve ser nossa vida. O rei Davi disse: "Eu agradecerei ao Senhor o tempo todo. Minha boca sempre o louvará" (Sl  39,1).Cada atividade  pode ser transformada em ato de adoração, quando se faz para louvar, para glorificar a Deus. Sua vida diária, seu dormir, comer, trabalhar e passear, ponha diante do Senhor como oferta (Rm 12,1). O seu trabalho se torna ato de adoração quando você o dedica a Deus e o realiza consciente de sua presença. Procuremos sempre ajuda do Senhor, estejamos na sua presença e cantemos glórias e louvemos ao Senhor desde o nascer até o por do sol. (Sl  113,3).

  Sem fé é impossível agradar a Deus, pois para se chegar a ele, é necessário que se creia  primeiro que ele exite e que recompensa os que o procuram (Hb 11,6).

Reflexão: "A essência da adoração é a rendição ao Senhor, um ato inteligente e racional.  E o maior obstáculo às bênçãos de Deus em sua vida não são os outros, mas você mesmo: sua teimosia, seu orgulho obstinado, egoísmo e sua ambição. Você não pode cumprir os propósitos de Deus em sua vida enquanto estiver enfocado em planos pessoais. Seus momentos mais sábios serão aqueles que disser sim a Deus".

Fonte: - As Escrituras Sagradas.
            - Vocabulário de Teologia Bíblica, Ed. Vozes
            - Livro: Uma Vida com propósitos - de Rick Warren - Ed. Vida, 2003
           imagem: Chamado de Deus -jpg

sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

"Bem aventurados os pobres de espírito, porque é deles o Reino do Céus".

                  Os que doam suas vidas ao serviço e amor aos pobres...
                      esses, são os herdeiros privilegiados do Reino de Deus.

Jesus nunca compactuou com a miséria. Todavia, se quisermos ser felizes, é necessário que tenhamos espírito de pobreza.

O que é ter espírito de pobreza? "É ter uma alma pobre; simples, um desapego interior com respeito aos bens temporais; uma disposição interior, uma atitude da alma que nos revela as riquezas espirituais, estes são os herdeiros privilegiados do Reino de Deus. Eles têm a consciência de sua miséria espiritual, a humildade, e a sua necessidade do socorro de Deus. A pobreza do coração é a pureza e a simplicidade com a qual acolhemos tudo que a vida nos dá".

Qual é a diferença entre rico e pobre, no sentido evangélico? "O rico crê que tudo pode ser comprado, até mesmo o amor. O rico é alguém a quem tudo é devido ---- e o pobre no sentido evangélico, é alguém a quem tudo é doação, um presente de Deus. Jesus pede aos seus o desapego interior com respeito aos bens materiais (quer possua ou não) a fim de se serem capazes de desejar as verdadeiras riquezas (cf, Mt 6,24 .33;  13,22). Na prosperidade econômica é grande o perigo de fazer-se ilusões sobre a própria indigência espiritual" (Ap 3,17).

"Em certos momentos da nossa vida, nos conduzimos como ricos. Cremos que a amizade nos é devida, que o tempo bom nos é devido. E nos tornamos muitos exigentes e muito difíceis de conviver com aqueles que nos rodeiam, porque sempre queremos mais. Jesus tem razão quando diz que são infelizes os que tem espírito de riqueza, os que exigem sem cessar que o mundo corresponda a seus desejos. Mas, felizes são aqueles que sabem acolher todas as coisas como um dom, como um presente".

"No tempo de Jesus, os ricos não eram somente aqueles que possuíam riquezas materiais, mas eram também os chamados fariseus que diziam possuir a verdade, que possuíam o conhecimento, que diziam ser justos, que se tomavam por modelo da humanidade. Os que pretendiam ter não somente as coisas materiais, mas também as riquezas intelectuais e espirituais".

"Deus não é um bem que se pode possuir, como a verdade não é um ter que se pode possuir. Infelizes são aqueles que se fazem proprietários da verdade, e felizes aqueles que não se tornam proprietários dela, diz o Evangelho".

 
"de alma simples, disposição interior e de total desapego"

"Assim os pobres "voluntários," na humildade paciente, assim aqueles aos quais a pobreza tocou com resultado das circunstâncias, ou perseguição, também eles são bem aventurados no Reino de Deus, pelo menos permanecem generosos em sua indigência (cf. Mt 12,41-44) e se aceitam de boa mente a própria sorte "em vista duma riqueza melhor e estável" (He 10,34). Desde agora, apesar de sua pobreza material, eles são de fato ricos por sua fidelidade na provação (Ap 2,9ss). O evangelista Lucas pôs em evidência as maravilhosas compensações na vida futura". (Lc 6,20ss).

 "Mas nem por isso a miséria humana deixa de ser uma condição inumana, e o Evangelho tem as mesmas exigências de justiça social que os profetas (cf. Mt 23,23; Tg 5,4). Os ricos tem neste mundo deveres imperiosos para com os pobres e serão associados à sua felicidade eterna sob a condição de os acolher, a exemplo de Deus (Lc 14,13.21). O serviço aos pobres é agora uma expressão de nosso amor a Jesus: é na verdade a ele que neles recorremos, na expectativa de seu retorno glorioso" (Mt 25,34-46). 'Se alguém...vê seu irmão na necessidade e lhe fecha as entranhas, como permaneceria nele o amor de Deus?"(1J 3,17).

 Reflexão:  Somos convidados a ter uma disposição interior, uma simplicidade de alma; à renunciar 'o apego' aos bens temporais, sendo generosos com a devida atenção aos pobres; ter a consciência que temos nossa miséria espiritual no plano religioso e da nossa necessidade do socorro de Deus.

Fonte: -A Escritura, a Bíblia
           -Vocabulário de Teologia Bíblica - 5a. ed. - Ed. Vozes
           - Livro das Bem Aventurança e do Pai Nosso - de Jean -Yves Leloup - 2a. ed. / 2.004 - Ed. Vozes
           - imagens:  Madre Tereza de Calcutá
                            (1a.)- 500x259 - totustuusvirgomaria.wordprss.com ;
                             (2a.) -480x234  umaestrelacomjesus.blogspot.com
         

Ilusões e o perigo da riqueza

            "É difícil ficar fiel na prosperidade pois a gordura obstrui o coração" (Dt 31,20)
       "Os que confiam nos seus bens e fazem deles sua fortaleza, esquecem a Deus".

  A riqueza - mesmo a mais material, é um bem. Um dom de Deus, um sinal da generosidade divina. Entretanto, o amor ao dinheiro é a raiz de todos males (1Tm 6,10). A cobiça é uma idolatria (Cl 3,5); é se prender a bens criados a um coração pertencente só a Deus (Mt 6,21),  tomar esses bens por senhores, desprezando o único Senhor que é Deus (Mt 6,21).

A riqueza é um bem relativo e secundário - "ela nunca é apresentada como melhor dos bens; prefere-se-lhe, por exemplo a paz da alma, o bom nome, a saúde, a justiça. À riqueza sempre se deve preferir a 'sabedoria'- que é sua fonte, ela é o que é o tesouro, a pérola preciosa que merece todos os cuidados".

"A riqueza
que não é recebida como um dom de Deus,  é vã e perigosa -A velha sabedoria popular não ignora que existem fortunas injustas. De fato, é mal adquirida a riqueza que acaba por excluir a grande massa dos bens da terra e por reservá-los a alguns privilegiados. Ímpios são ainda os ricos que pensam poder passar sem Deus: confiam nos seus bens e fazem deles sua fortaleza, esquecendo a Deus, a única fortaleza que vale.  Uma terra "cheia de prata e de ouro... de cavalos e carros sem número" bem depressa é uma terra repleta de ídolos "(Is 2,7s).   Ai dos que acrescentam casa a casa e ajuntam campo a campo, a ponto de tomar todo o lugar, ficam sendo os únicos proprietários de todo o país (Is 5,8).  Suas casas estão cheias de rapinas, desta maneira se tornaram importantes e ricos, grossos e gordos" (Jr 5,27s). É difícil ficar fiel na prosperidade pois a gordura obstrui o coração, o torna insensível. (Dt  31,20; 32,15). "Saciados seu coração se inflou, por isso eles me esqueceram" (Os 13,6 cf.  Dt 8,12ss). "Quem põe sua confiança na riqueza nela afundará" (Pv 11,28  cf.  Jr 9,22)"  não pode entrar no Reino". (Mt 1 9,23ss). 

Advertência aos ricos - "Vós, ricos, chorai e gemei por causa das desgraças que sobre vós virão. Entesourastes nos últimos dias! Vosso ouro e vossa prata darão testemunho contra vós.  Eis que o salário, que defraudastes aos trabalhadores, que ceifam vossos campos,clama, e seus gritos de ceifadores chegaram aos ouvidos do Senhor dos exércitos. Tendes vivido em delícias e em dissoluções sobre a terra, e saciastes os vossos corações para o dia da matança. Condenaste e mataste o justo e ele não vos resistiu" (Tg 5,1-6).

 "A soberba da riqueza é o mundo e não se pode amar a Deus e o mundo (1J  2,15s). E o dinheiro é um senhor impiedoso; ele sufoca no cobiçoso a Palavra do Evangelho (Mt 13,22), ele faz esquecer o essencial, a soberania de Deus (Lc 12,15-21). O rico que tem nesse mundo "os bens" (Lc 16,25) e "a sua consolação" (6,24) não pode entrar no Reino". (Mt 1 9,23ss).  "Guardai-vos com cuidado de toda cobiça" que consiste em querer aumentar sempre mais os bens, mesmo a custa dos outros, e em apegar-se pela avareza aos bens já possuídos ( 2Cor 9,5).

"Jesus Cristo nos mostra a inconsistência de todas as riquezas humanas por maiores que sejamao revelar que vale o sacrifício de todos os bens (Mt 13,44) para se alcançar o tesouro  do Reino do Céus. Se as riquezas são perigosas, e se a perfeição do Evangelho consiste em sacrificá-las, não é porque sejam más, mas porque só Deus é "O Bom" (Mt 19,17), ele se fez nossa riqueza".

  Deus cumula com suas riquezas - "As riquezas de que Deus cumula em seu Filho são as "da palavra e da ciência" (1Cor 1,5), as "de sua graça  e de sua bondade" (Ef  2,7). Elas são de outra ordem que as deste mundo, nenhuma das quais poderia saciar nossa fome (Jo 6,35) e nossa sede (4,14). Elas vem da mesma generosidade divina e São Paulo convida os cristãos a dar liberalmente de suas riquezas materiais, é porque eles foram cumulados de dons espirituais (2Cor 8,7) e ele lhes promete "toda sorte de graças" (9,8), delas não exclui as riquezas materiais que lhes possibilitarão "ter sempre o necessário" e "ser enriquecidos de todas as maneiras" (9,8 .11). Há o reconhecimento dum povo que crê na generosidade de Deus e vê um sinal nos seus dons. Na terra que Deus promete a seu povo nada pode faltar." (Dt 8,7-10; 28,1-12).

Dar aos pobres -"Renunciar à riqueza não é necessariamente deixar de agir como proprietário. O Evangelho não quer que a pessoa se desembarace da fortuna como dum peso incômodo; pede que distribua aos pobres (Mt 19,21). "Se tiveres muito dá abundantemente; se tiveres pouco, dá desse pouco de bom coração". (Tob 4,9) "O mandamento da 'esmola' se baseia nessa imitação da generosidade divina; "Sê para os órfãos um pai...e serás como o Filho do Altíssimo"(Sl 4,10 ; cf.  Jó 31,18).

Reflexão: A raiz de todos os males é o amor ao dinheiro. O Mammon é "iníquo"- falso e enganador; é loucura basear-se em bens perecíveis (Mt 16-19s). As pessoas materialistas são insaciáveis, confiam nos seus bens, por isso fazem delas sua fortaleza; a riqueza é o senhor de suas vidas.
    "Porque algumas pessoas não tem nada para ser felizes, são felizes e dão testemunho disso? Por que certas pessoas que têm tudo para serem felizes e não o são? Existe dentro de nós um desejo infinito que só o infinito pode preencher. Só Deus preenche este vazio dentro de nós. Quando descobrimos Deus dentro de nós, podemos olhar nossas riquezas materiais e saber que elas não são a felicidade e que talvez a felicidade seja compartilhá-las"( Jean-Yves Leloup). "A verdadeira riqueza não é a que se possui, mas a que se dá, pois tal doação chama a generosidade de Deus, une na ação de graça aquele que dá e aquele que recebe" (2 Cor  9,11). "Aos ricos desse mundo" recomenda-se "não julgar de cima, não por sua confiança em riquezas temporais, mas em Deus que largamente nos provê de tudo" (1Tm 6,17).

Fonte:- As Escrituras, a Bíblia
          - Vocabulário de Teologia Bíblica-  Ed. Vozes - 5a. ed. - 1.992
          - Livro: As Bem Aventuranças e do Pai Nosso - Jean-Yves Leloup - Ed. Vozes - 2a.ed, - 2.004
          - imagem: tentação1 jpg ( a riqueza)